Métodos contraceptivos – Qual o mais indicado para si?

 

 

 

Já parou para pensar se o método contraceptivo que usa hoje em dia, é o ideal para si?

A grande maioria das mulheres é recomendada pelos médicos a utilizar a pílula hormonal, pois é dos métodos mais conhecidos e eficazes do mercado e ainda poderá ajudar no controlo de algumas condições hormonais que afectam a mulher.

No entanto, como qualquer outro método, este tem as suas vantagens e desvantagens e alguns efeitos secundários que possam justificar a análise de algum outro método contraceptivo que melhor se ajuste às necessidades individuais de cada mulher.

Quais os diferentes tipos de métodos contraceptivos

Estilo de vida:

Este método engloba todas as decisões activas e pró-activas para evitar uma gravidez, incluindo métodos como abstinência, sexo sem penetração vaginal e consciencialização de fertilidade.

Barreira:

Inclui todos os métodos que utilizam uma barreira física no corpo, de forma a impedir que espermatezóides fecundem um ovo, e é usada quando é necessário o seu uso, apenas na hora do sexo. Estes incluem o uso de preservativos internos, externos, diafragmas e espermicidas.

Hormonal:

Este método funciona de várias formas dependendo do contraceptivo usado, como impedir os ovários de produzirem ovulos, tornar a mucosa do cérvix mais espessa, ou ainda tornar mais fino o revestimento do útero. Neste método estão incluídos o uso das pílulas orais, a injecção, o anel vaginal e o implante. Também inclui o DIU hormonal (e não o DIU de cobre que não funciona através de hormonas).

 

Médico:

Procedimentos cirurgicos como a vasectomia ou a laqueação das trompas, que modificam as ligações reprodutoras de forma a prevenir o corpo de fertilizar óvulos.

 

Nota: É importante ressaltar que qualquer destes métodos contraceptivos tem diferentes eficácias dependendo se forem usadas com o uso típico ou o uso perfeito. Isto quer dizer que todos estes métodos tornam-se bastante mais eficazes se forem usados exactamente como recomendado, no entanto, deverão sempre considerar a sua eficácia com o uso típico, pois será o tipo mais provável na maioria da população.

 

Por onde começar

 Metodos contraceptivos - qual escolher?

De forma a perceber qual o melhor método para si, deverá fazer a si mesma algumas perguntas como:

  • O quão eficaz precisa que seja o seu método contraceptivo? (Qual o nível de risco de gravidez que a deixa confortável)
  • Quer que o seu método reduza as infecções sexualmente trabsmissíveis também?
  • Qual o seu orçamento mensal ou a longo prazo com os métodos contraceptivos?
  • Quer engravidar no futuro? E num futuro próximo (menos de 18 meses)?
  • Está à procura de algo que controle outros sintomas currentes?
  • Irá, realistacamente, usar algo que necessite de horários especificos para ser eficaz?

 

São perguntas importantes de serem analisadas de forma a encontrar um método que funcione para si. Deverá sempre falar com o seu médico e deixá-lo esclarecer qualquer dúvida que tenha sobre estas perguntas ou os métodos, de forma a fazer uma decisão informada.

 

Caso pretenda mudar o seu estilo de vida

métodos contraceptivos

Método de abstinência:

Sabemos que o método mais eficaz realmente é a abstinência sexual, tendo em conta que é impossível desta forma, haver fecundação de um óvulo. No entanto, é a mais rara forma de método contraceptivo, e não oferece muita oportunidade de versatilidade na sua dinâmica sexual.

Sexo sem penetração de pénis na vagina:

Com este método já poderá ter um pouco mais de liberdade, pois este poderá incluir todas as actividades que não envolvem penetração entre um pénis e vagina, deixando espaço para todas as brincadeiras de estimulação exterior, penetração anal, oral, penetração com dedos (sempre mãos limpas e sem terem estado em contacto com esperma). Aqui, irá partir mesmo do casal identificar o que para eles é permitido ou não com este método, e caso optem por evitar qualquer tipo de penetração (anal, vaginal, dedos, etc) irão contar com cerca de 100% de eficácia, pois não existe risco de haver fecundação do óvulo.

Métodos de conhecimento de fertilidade:

Este método poderá ser dos mais complicados ao inicio, dispendioso em termos de tempo e requer uma grande disciplina, para ser considerado eficaz. No entanto, se usado por completo e de forma perfeita, poderá trazer grandes vantagens quanto ao seu auto-conhecimento do ciclo menstrual e hormonal. Muitas pessoas ainda continuam com a informação que é possível de engravidar em qualquer fase do mês ou ciclo menstrual, e portanto não tem uma boa noção de como o seu ciclo funciona e do que é necessário perceber para utilizar este método.

Este método envolve guiar-se pelo seu ciclo menstrual e período fértil/ não fértil, utilizando informações como calendários menstruais, consistência do seu muco cervical, e o considerado mais eficaz de todos, o acompanhamento da temperatura basal, que indica quando uma mulher estará perto de ovular, e quando a ovulação já aconteceu nesse ciclo, deixando o resto dos dias nesse ciclo como não ferteis e portanto, seguros de haver penetração vaginal.

Vale ressaltar que é um método que tem sido muito usado para os tratamentos de fertilidade quando a mulher quer engravidar e saber quais as suas alturas mais férteis, e nos últimos anos tem andado a ganhar popularidade e atenção de autoridades médicas para o seu uso como prevenção da gravidez, autoridades que confirmam que trata-se de um método bastante eficaz, mas que não se adapta à grande maioria das pessoas, quer pela dedicação e tempo necessários, quer pela elevada taxa de potenciais erros humanos que possam resultar em informações erradas sobre o estado do ciclo naquele momento.

Com o seu uso típico (e não perfeito como é recomendado), este método contraceptivo tem uma taxa de eficácia de 76% a 88%, ou seja, cerca de 24 em 100 pessoas engravidam ao utilizar este método.

 

Caso pretenda utilizar um método apenas na hora do acto sexual (Métodos de barreira)

métodos contraceptivos

O método de retirar o pénis da vagina antes de ejacular, não está aqui inserido por ser considerado um método altamente ineficaz, com cerca de 22% a 30% de falha com o uso típico. Dizemos com o uso típico pois sem ter um conhecimento da sua fertilidade e ciclo menstrual, o risco de engravidar poderá ser muito baixo ou extremamente alto, dependendo do estado de fertilidade no dia da actividade, podendo ter na realidade uma taxa de risco de 2-3% ou então uma taxa de risco de 70-90%, sendo considerado um método que não tem nenhuma fundação para ser utilizado como prevenção de gravidez.

Para além disso, sabemos que não é apenas na ejaculação do homem que existe fluído com o potencial de fecundar óvulos. O líquido que muitos homens vão expelindo ao longo do estado de excitação numa relação sexual, chamado o líquido de pré-ejaculação, pode muitas vezes conter pequenas quantidades de espermatezóides saudáveis que podem fecundar o óvulo e causar gravidezes indesejadas.

Preservativo feminino (ou interno)

O que é:

Os preservativos femininos são bolsas fabricadas em poliuretano, sem látex e sem hormonas, com um aspecto similar ao preservativo mais comum, o externo, mas que são usadas dentro da vagina, baixando drasticamente o risco de gravidez e transmissão de infecções sexualmente transmissíveis. 

Eficácia: Uso perfeito: 95% / Uso Típico: 79%

Vantagens:

  • Pode ser aplicado até 8 horas antes da penetração, portanto oferece menos planeamento do que outros métodos.
  • Mesmo que o seu parceiro não queira utilizar o preservativo externo, sabe que estará protegida na mesma de gravidez e IST’s, dando-lhe oportunidade de estar em completo controlo do seu corpo e o seu cuidado.
  • Este preservativo também não fica tão justo ao pénis do parceiro como os preservativos externos, sendo esta uma vantagem para algumas pessoas que sentem que os preservativos por vezes são um pouco justos e retiram alguma liberdade de sensação ou movimento.

Desvantagens:

  • São bastante mais caros do que os preservativos externos comuns;
  • É preciso apanhar o jeito de como os usar, tendo uma fase de aprendizagem. Não por serem muito dificis de os usar, mas porque requerem alguma prática para serem usados de forma correcta e natural. Muito similar aos produtos como tampão ou copo menstrual, em que as mulheres sentem que precisam de praticar umas primeiras vezes até ajustarem a sua técnica para o processo se tornar confortável e mais instintivo.

 

Preservativo masculino (ou externo)

O que é:

Este método é um clássico e dos mais utilizados mundialmente, juntamente com a pílula hormonal. O preservativo é colocado de forma a cobrir todo o pénis da sua glande à base, de forma a apanhar os fluídos do homem incluindo a pré-ejaculação e ejaculação.

Eficácia: Uso perfeito: 95%/ Uso típico 86%

Vantagens:

  • Oferecem protecção dupla, protegendo contra gravidezes e contra STI’S.
  • Opções disponíveis para pessoas alérgicas ao latex e com peles muito sensíveis
  • Fáceis de aplicar

Desvantagens:

  • Não são 100% eficazes, pois poderá haver troca de fluídos caso o preservativo não esteja bem colocado ou se rompa durante o acto sexual.
  • Algumas pessoas, principalmente homens, relatam sentir alguma falta de sensibilidade e estimulação física aquando do seu uso, mesmo com preservativos mais finos.

 

Nota: Lembre-se que os preservativos exteriores e interiores são os únicos métodos comprovados em prevenir as infecções sexualmente trasmissíveis!

 

Diafragma

O que é:

Um disco reutilizável, mole e sedoso feito de silicone médico que tem de ser primeiramente coberto de gel espermicida de forma a actuar como necessário, e é colocado perto do colo do útero, criando uma barreira entre os espermatezoides e o óvulo.  

Eficácia: Uso perfeito: Até 96%/ Uso típico 88%

Vantagens:

  • Opção sem latex, sem hormonas e pode ser deixado dentro da mulher até 30 horas, podendo estar protegida durante esse tempo todo, desde que vá reaplicando o espermicida de 6 em 6 horas.

Desvantagens:

  • Se gosta de actividades mais intensas, este não é o método ideial para si, tendo em conta que o diafragma pode ser movido do seu sitio com penetração mais vigorosa, podendo perder a sua eficácia.
  • Não é uma boa opção para quem não consiga reaplicar espermicida quando é necessário.
  • Não é uma boa opção para quem tenha sensibilidades ao espermicida ou infecções urinárias com frequencia, pois o gel poderá exagerar ainda mais os seus sintomas.

 

Esponja

O que é:

A esponja contraceptiva é uma esponja pequena de utilização única, feita de plástico sem látex que está coberta de espermicida. É humedecida para activar a acção do espermicida e é colocada junto ao colo do útero para criar a barreira que impede a passagem do esperma.

Eficácia: Utilização perfeita se nunca deu à luz: 91%/ Uso típico se nunca deu à luz: 80%. Se já deu à luz, a taxa de utilização perfeita é de 80%, enquanto a taxa de uso típico é de 76%.

Vantagens:

  • Poderá ser aplicado até 24 horas antes do acto sexual e mantém a sua eficácia, assim como também poderá usufruir as vezes que quiser de penetração durante essas 24 horas, sem preocupação sobre a sua eficácia.

Desvantagens:

  • Tem de deixar a esponja colocada dentro de si durante 6 horas depois do sexo, o que algumas pessoas dizem ser um pouco desconfortável devido aos fluídos que possam ir saindo.
  • Existe um risco minimo maior de sindrome de choque tóxico, apesar de mesmo assim ser bastante raro.
  • Como o diafragma, e por ser utilizado de forma parecida, requer alguma prática até o seu uso sentir-se totalmente confortável e natural.
  • Tem um risco maior de perder a sua eficácia em mulheres que já tenham dado à luz.

 

Capuz Cervical

O que é:

Parecido ao diafragma e esponja, o capuz cervical é também uma barreira de silicone colocada junto ao colo do útero para formar a barreira entre o óvulo e os espermatezoides, aplicando-se espermicida também. Enquanto que o diafragma e o capuz oferecem barreira física e também a morte dos espermatezoides, a esponja foca-se maioritariamente apenas na morte dos espermatezoides. O capuz cervical tem um tamanho menor que o diafragma, e pode ser deixado dentro do corpo durante mais tempo, pois o diafragma pode ser deixado até 30 horas e o capuz cervical pode ser deixado até 72 horas. Quanto ao diafragma, este precisa de espermicida reaplicado de 6 em 6 horas e o capuz não necessita de reaplicações de espermicida durante estas 72 horas.

Eficácia: Pessoas que nunca deram à luz: 86%. Pessoas que deram à luz por via vaginal: 71%. A diferença aqui deve-se ao facto de os partos vaginais esticarem a vagina e o colo do útero, o que pode fazer com que o capuz cervical não se adapte bem ou não se adapte tão bem como deveria.

Vantagens:

  • Opção sem hormonas e com possibilidade de gravidez imediata depois de cessar o seu uso.
  • Podem ser usados até 30 horas, sem necessidade de reaplicar espermicida
  • Um capuz cervical tem a durabilidade de até um ano, sendo uma boa aposta para quem quer poupar nos custos e sabe que num ano só precisará de manter o stock de espermicida.

 Desvantagens:

  • Não é indicado para quem tenha a pele muito sensível ou infecções urinárias frequentes, pois o uso do espermicida pode piorar estas condições.
  • Tem de ser deixado dentro do corpo da mulher durante 4 horas após o acto sexual, para o seu uso ser eficaz.

 

Espermicida

O que é:

Em adição a ser usado com dispositivos como o diafragma, esponja e capuz cervical, o espermicida também pode ser utilizado por si só, apesar de já baixar muito mais a eficácia do método. É colocado uns minutos antes do acto sexual, criando quimicos que matam os espermatezoides.

Eficácia: Como único método: 72%

Vantagens:

  • Poderá passar numa farmácia e facilmente encontrar espermicida, pois não precisa de receita médica como alguns outros métodos.
  • Solução fácil de aplicar e ainda poderá oferecer lubrificação extra no acto sexual.

Desvantagens:

  • Não indicado para pessoas que sofram de pele muito sensível ou que façam infecções urinárias com frequencia, pois o espermicida poderá exagerar estas condições.
  • Precisa de 10 a 15 minutos para se dissolver antes do acto sexual, e apís 60 minutos tem de ser reaplicado para continuar a fazer efeito.

 

Pílula do dia seguinte

A pílula do dia seguinte é considerada e recomendada apenas para uso de emergência, quando sabe que algum dos outros métodos falharam por alguma razão, ou caso não tenha usado qualquer protecção e tenha dúvidas sobre o estado da sua fertilidade. Este método requer a ingestão da pílula num periodo de até 72 horas após o acto sexual desprotegido, e nunca deve ser tomado como forma de rotina, pois contém doses muito fortes de hormonas que perturbão o funcionamento normal do seu sistema, criando complicações adversas com o seu uso recorrente.

 

Se pretende aderir a um horário consistente (Hormonas a curto-médio prazo)

métodos contraceptivos hormonais

Aqui temos as opções que precisam de ser usadas recorrentemente com uma determinada agenda, de forma a não perderem a sua eficácia, pois por exemplo no caso da pílula combinada, basta 1 ou 2 dias de esquecimento para poder perder a sua eficácia.

Injecção hormonal

O que é:

É uma injecção que contém a hormona progestina, sendo esta injecção administrada por um médico ou enfermeiro, a cada 90 dias. Previne a gravidez ao impedir que o óvulo se forme.

Eficácia: Uso perfeito: 99% / Uso típico: 94%

Vantagens:

  • É um método muito eficaz desde que vá receber a injecção a cada 12 a 13 semanas, sem falhas.
  • Muitas mulheres reportam ter significativamente menos fluxo menstrual ou a sua total ausência.

Desvantagens:

  • Alguns dos efeitos secundários possíveis para algumas pessoas com este método incluem nauseas, dores de cabeça, tonturas, aumento de peso e depressão.
  • Caso opte por querer engravidar após o uso da injecção, poderá demorar até 12 meses depois da última dose, para o seu efeito desaparecer e o seu corpo conseguir conceber.

 

Anel vaginal

O que é:

É um anel de plástico de cerca de 5cm de diâmetro, receitado por um médico. Contém estrogénio e progesterona que impedem a ovulação de ocorrer. A mulher insere o anel dentro da vagina, junto do colo do útero e deixa-o no sítio durante 3 semanas, e depois retira-o durante 1 semana de forma a ter a sua menstruação normalmente. Depois, insere um novo anel e repete o ciclo.

Eficácia: Uso perfeito: 99% / Uso típico 91%

Vantagens:

  • Tem a vantagem de o colocar e só ter de se voltar a lembrar dele passadas 3 semanas, o que pode ser muito conveniente.
  • Muitas pessoas relatam sentir um menor fluxo menstrual, melhorias de acne e uma maior regularidade do ciclo menstrua.

Desvantagens:

  • Os efeitos secundários mais reportados são peito dorido e dores de cabeça.
  • Apesar de supostamente estar protegida na semana da menstruação, tal pode não ser verdade se tiver ocorrido alguma falha com o uso do anel.

 

Adesivo hormonal

O que é:

É um pequeno adesivo que é colocado no topo do braço, gluteos ou costas e que liberta as hormonas estrogénio e progestina. Estas hormonas impedem que a ovulação ocorra.

O adesivo é colocado e deixado no sítio durante 3 semanas, depois é retirado para a pessoa ter a menstruação normal e depois um novo adesivo é aplicado e repete-se o ciclo.

Eficácia: Uso perfeito: 99% / Uso típico: 91%

Vantagens:

  • Coloca-se na área do corpo e só terá de voltar a pensar nele passadas 3 semanas, quando o retira para ter a menstruação.
  • A grande maioria das pessoas reportam poucos ou nenhuns efeitos secundários.
Desvantagens
  • Quando os efeitos secundários são reportados, incluem nauseas, dores de cabeça, peito dorido e irritação da pele.
  • Requer diligencia semanal com o seu uso, pois a sua eficácia ou falta dela, depende muito do erro humano.

 

Pílula combinada

O que é:

A pílula combinada tem este nome precisamente por ser composta por duas hormonas, o estrogénio e a progestina, que impedem os ovários de criar os óvulos e assim prevenindo a gravidez. Para completa eficácia, a pílula tem de ser tomada diariamente à mesma hora.

Eficácia: Uso perfeito: 99% / Uso típico: 91%

Vantagens:

  • Não tem de ser inserida ou implantada, sendo só um comprimido de toma diária.
  • Pode reduzir a severidade dos sintomas menstruais.
  • Pode ser usada também para o tratamento ou melhoria de outras patologias presentes como acne, ovários císticos, endometriose e outras condições do foro hormonal.

Desvantagens:

  • Tem de ser tomada diariamente à mesma hora ou no espaço de 2/3 horas de diferença do horário habitual, podendo uma falha maior reduzir bastante a eficácia da pílula.
  • A toma de antibióticos ou sintomas como diarreia podem reduzir significativamente a sua eficácia, estando recomendado nestes casos utilizar-se outro método em conjunto, como o preservativo, até tomar o último comprimido do ciclo desse mês.

 

Pílula de progestina

O que é:

Esta pílula pode ser mais indicada para pessoas que não queiram tomar estrogénio, pois esta pílula só contém progestina e funciona ao tornar a mucosa do colo do útero mais espessa e prevenir a entrada do esperma, impedindo a fecundação.

Eficácia: Uso perfeito: 99% / Uso típico: 93%

Vantagens:

  • Por não conter estrogénio, é uma óptima opção para quem esteja a amamentar, quem esteja a menos de um mês de pós-parto, quem seja maior de 25 anos, fumadores e pessoas que sofram de potenciais problemas de fluxo sanguíneo, ou quem não se tenha ajustado ao uso da pílula combinada.
  • Pode reduzir os sintomas menstruais

Desvantagens:

  • Tem de ser tomada diariamente à mesma hora ou no espaço de 1 hora de diferença do horário habitual, podendo uma falha maior reduzir bastante a eficácia da pílula, e esta pílula é ainda mais sensível às mudanças de horário do que a pílula combinada.
  • Algumas pessoas reportam peito dorido e episódios de acne.

 

Se pretende algo a longo prazo e com mínima manutenção (Procedimentos minimamente invasivos)

métodos contraceptivos

Implante hormonal

O que é:

É um tubo pequeno do tamanho de um fósforo, feito em plástico, que vai libertando a hormona progestina, prevenindo a ovulação e gravidez.

Eficácia: Cerca de 99%

Vantagens:

  • É uma das opções mais eficazes e de relativa baixa manutenção, pois o implante pode ter a duração de até 3 anos sem precisar de ser retirado.
  • Não contém a hormona estrogénio, o que pode ser uma mais valia para algumas pessoas.
  • Não requer um exame pélvico, sendo uma boa opção para pessoas mais novas.

Desvantagens:

  • Apesar de ser um processo fácil e rápido, o implante requer anestesia local e agulha, e poderá notar que fica dorida durante uns dias após a sua inserção.
  • Poderá desregular o ciclo menstrual ou causar algum sangramento de escape ao longo do mês.
  • Pode causar alguns pequenos efeitos secundários como acne, peito dorido e aumento de peso.

 

DIU de cobre (não hormonal)

O que é:

O dispositivo intra-uterino, em forma de T, é colocado dentro do útero por um médico qualificado. O cobre no dispositivo bloqueia a passagem de esperma para o útero, prevenindo a fecundação.

Eficácia: Mais de 99.9%

Vantagens:

  • Depois de inserido por um médico, o dispositivo poderá manter-se no corpo com a mesma eficácia inicial, até 12 anos consecutivos.
  • Assim que o dispositivo é retirado, deixa imediatamente de fazer efeito, podendo ser uma excelente opção para quem planeia engravidar no futuro e quer o potencial de um processo menos duradouro.
  • Continuará a ter a menstruação regularmente todos os meses, pois não interfere com o ciclo hormonal.

Desvantagens:

  • O processo de inserção pode ser desconfortável e causar algumas cólicas, durante ou uns dias após o procedimento. No entanto recomenda-se a toma de um medicamento para as dores, como ibuprofeno, que diminui eficazmente as dores.
  • Efeitos secundários podem incluir sangramento de escape nos primeiros tempos de uso, cólicas mais fortes no momento da menstruação, e fluxos de menstruação mais intensos.

 

DIU Hormonal

O que é:

O DIU hormonal tem o mesmo processo de inserção que o DIU de cobre, mas este funciona por hormonas, ou seja, libertam uma pequena quantidade de progestina, que interceta a ovulação e poderá ter a duração de 3 a 7 anos com a mesma eficácia.

Eficácia: Mais de 99%

Vantagens:

  • Pode ser deixado por 3 a 7 anos com a sua total eficácia.
  • A progestina que é largada pelo dispositivo circula apenas na região genital e em quantidades muito mais baixas do que as presentes nas pílulas hormonais.

 Desvantagens:

  • Durante a sua inserção, é comum sentir cólicas, tonturas, desmaios ou batimento cardíaco mais lento.
  • Poderá causar desregulamento do ciclo menstrual, tornando os períodos mais leves em termos de fluxo, mais esporádicos e mais inconsistentes.
  • Algumas pessoas reportam sangramento de escape ou cólicas esporádicas ao longo do ciclo mensal, mas estes efeitos costumam ser mais comuns apenas nos primeiros 3 a 6 meses e vão diminuindo ou desaparecendo com o uso do dispositivo.

 

Se pretende algo permanente (Métodos cirurgicos)

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Vasectomia

O que é:

A vasectomia é um procedimento cirúrgico que envolve bloquear ou cortar os tubos que transportam esperma dos testículos ao pénis. Isto impede o esperma de chegar ao pénis, portanto a ejaculação acontece livre de esperma.

Eficácia: Mais de 99%

Vantagens:

  • Apesar de ser um procedimento reversível caso a pessoa assim o deseja, é uma solução permanente, podendo passar o resto da vida sem se preocupar com o risco de gravidez.

Desvantagens:

  • Requer anestesia local durante o procedimento
  • Depois do procedimento, terá de haver um acompanhamento rígido nos primeiros 3 meses, de forma a confirmar-se que o esperma não está a passar na ejaculação, portanto nestes primeiros 3 meses, terá de utilizar um segundo método contraceptivo por prevenção.

 

Laqueação de trompas

O que é:

Consiste num procedimento cirúrgico que envolve bloquear, dar um nó, um cortar as trompas de Falópio, que são os canais que transportam o óvulo dos ovários até ao útero, impedindo assim a gravidez.

Eficácia: Mais de 99%

Vantagens:

  • É uma solução permanente. Pode haver uma hipótese de gravidez caso este procedimento seja revertido ou se houver tratamentos de fertilidade in vitro, mas é algo muito improvável de acontecer e não deve ser levado em conta na sua decisão, pois o mais provável é ser mesmo permanente sem mais opção.

Desvantagens:

  • É um procedimento cirúrgico. Apesar de ser um procedimento onde a paciente tem alta no próprio dia, a grande maioria dos médicos efetua a cirurgia de modo invasivo e portanto tem os riscos que qualquer outra cirurgia invasiva tem.

Nota: Existe também o mito que a laqueação de trompas faz com que a menstruação acabe e isso não é verdade.  

 

Conclusão

Dependendo dos sintomas que pretende mitigar, alguns métodos serão mais vantajosos que outros. Aqui deixamos um sumário com as recomendações baseados nos sintomas a tratar, de forma a poder falar com o seu médico e chegar ao melhor método para as suas necessidades individuais.

  • Acne hormonal – Poderá ser recomendada a pílula combinada.
  • Síndrome de ovários poliquísticos – Poderá ser recomendada a pílula combinada
  • Disforia de género: Poderá ser recomendado o Implante
  • Fluxo menstrual muito intenso: Poderá ser recomendado o DIU Hormonal
  • Cólicas – Podem ser recomendados o anel vaginal, adesivo ou pílula combinada.

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